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Nanã Buruku

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Representação de Nanã Buruku. Foto: Pierre Verger. Falar de Nanã é uma tarefa muito difícil, afinal, falar de uma divindade tão antiga é algo que exige muita responsabilidade, dado ao fato de que a forma de cultuá-la ou de entendê-la tenha sofrido alterações ao longo de muito e muito tempo. Nesse texto não quero que se apeguem ao seu culto no Candomblé, nem na Umbanda. Claro que citarei como é vista e cultuada nessas religiões, mas meu foco aqui se dá no culto africano deste Orixá. Então pode ser que eu traga conceitos que divergem do que nos é ensinado aqui. Vamos lá! Tão antiga, quanto a Terra, Nanã tem seu culto originário em Dassa-Zoumé entre os povos Fon (Benin, Daomé) e Ewe (Togo), sendo cultuada como Deus Supremo. O povo Daomeano tem Nanã como Deusa Suprema da Criação, dando à luz ao espirito da lua “Mawu”, ao do sol “Lisa” e a todo o Universo. Isso torna autoexplicativo o significado de seu nome: Nana (antigo, velho) e Buruku (o nome de Deus) ou seja, “Deus Antigo

Omolu

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A terra, eis Omolu! Temido e reverenciado, o silêncio se instala na sua presença. De aparência marcante que instiga o mistério e a curiosidade, Omolu é sem dúvida um Orixá de grande poder e magia entre as divindades africanas. Possuidor da regência sobre o elemento terra, seria muito pobre dizer que Omolu rege a terra de forma superficial, mas sim, ele a rege da forma mais profunda, no interior da Terra. Estabelecendo uma forte relação com a lava vulcânica e gases, o fogo interior da Terra, poderoso tal qual suas febres e curas. Em muitas leituras é possível encontrar Omolu não somente como o Orixá de pragas e doenças, mas também de grande poder curativo, tanto externo como interno, não somente de doenças físicas, mas emocionais também. Um reflexo justo da pipoca (Deburu), onde o milho duro sob calor e pressão se transforma em uma linda e singular flor. Toda mudança vem de dentro para fora, motivo de Omolu também ser associado ao Orixá da transformação. Seu culto é muito an

Ogum

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Um dos Orixás mais cultuados na África, de grande bravura e força, Ogum estabelece grande importância no panteão africano, sendo escolhido por Elédùnmarè para abrir caminhos à civilização no Aiyê (Terra). O filho mais enérgico de Odùduà, conhecido por sua bravura, muitas vezes é temido e mal compreendido, mas a verdade é que Ogum, assim como seus filhos, são perseguidores dos seus objetivos, não descansando até conseguir, tal como um guerreiro. Patrono dos ferreiros, guerreiros e todos que lidam com o aço, Ogum é um Orixá que rege a tecnologia, mineração, metalurgia, trabalho e agricultura, esse último esquecido por muitos, pois é o criador das ferramentas e das armas que o homem usa em seu ofício. Como foi dito acima, muitas pessoas esquecem ou até não possuem o conhecimento de que Ogum é o Orixá que rege a agricultura.  Segundo pesquisas, isso tem ocorrido devido às lendas de Ogum mais conhecidas, que sempre abordam as guerras. E erroneamente as pessoas têm ass

Exu (Orixá)

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A controversa divindade africana é conhecida pela sua alegria, por ser bom para uns e mau para outros. Na verdade, Exu é mal compreendido por muitos, pois ele é o detentor da ordem, organização e disciplina, virtudes estas que se dão através do caos que Exu causa. Há um antigo provérbio iorubá que resume o porquê de Exu ser mal compreendido por muitos: “Olotó ni òtá aiyé” (Aquele que diz a verdade é inimigo dos seres). Exu é uma das mais importantes divindades africanas, podemos dizer que sem ele o mundo não faria sentido, pois é ele quem faz a comunicação entre o Orun com o Aiyê. Exu se dá nesses encontros, por isso é representado pelo encontro de estradas, as encruzilhadas. Seguindo essa linha, torna-se compreensível Exu se relacionar com todos os orixás e com todos os seres dos reinos mineral, vegetal, animal e humano, Exu fala todas as línguas. Por isso é atribuído a ele o poder de manipular o ebó, para que traga alívios aos sofrimentos humanos. Ele fornece a energia n